Mato Grosso tem 58.231 indígenas, o que representa 1,59% da população total do Estado, que é de 3,6 milhões de pessoas.
É o que aponta o Censo Demográfico 2022, que teve novos dados divulgados na segunda-feira (7), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número é 36,89% maior que o verificado no Censo 2010, quanto foram contados 42.538 indígenas vivendo no território mato-grossense.
O Estado é a sétima unidade da Federação com a maior quantidade de indígenas do país. Em nível nacional, são 1.693.535 indígenas, o que representava 0,83% da população total do país.
Em 2010, o IBGE contou 896.917 mil indígenas, o que significa que esse contingente teve uma ampliação de 88,82% no mesmo período.
Segundo a responsável pelo projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes, o aumento do número de indígenas no período intercensitário é explicado majoritariamente pelas mudanças metodológicas feitas para melhorar a captação dessa população.
“Só com os dados por sexo, idade e etnia e os quesitos de mortalidade, fecundidade e migração será possível compreender melhor a dimensão demográfica do aumento do total de pessoas indígenas entre 2010 e 2022, nos diferentes recortes. Além disso, existe o fato de termos ampliado a pergunta ‘você se considera indígena?’ para fora das terras indígenas. Em 2010, vimos que 15,3% da população que respondeu dentro das terras indígenas que era indígena vieram por esse quesito de declaração”, explica.
O levantamento aponta ainda que, em 2022, a maior parte dos indígenas do país (51,25% ou 867,9 mil indígenas) vivia na Amazônia Legal, região que, além de Mato Grosso, é formada pelos estados da região Norte e parte do Maranhão.
Da região Centro-Oeste, o Estado tem o segundo maior número de indígenas. A maior quantidade é verificada no vizinho Mato Grosso do Sul, com 116.346 indígenas. Em Goiás, são 19.522 e no Distrito Federal, 5.813 indígenas.
Ainda em Mato Grosso, o mapeamento identificou 72 terras indígenas recenseáveis e verificou 575 agrupamentos, que são o conjunto de 15 ou mais indivíduos, em uma ou mais moradias contíguas até 50 metros de distância, e que estabelecem vínculos familiares ou comunitários, além de 154 localidades indígenas que ficam em 92 municípios do estado.
Dentre os mais de 58,2 mil, 45.065 (77,39%) vivem dentro de terras indígenas oficialmente delimitadas e os demais (13.166 ou 22,61%) fora do território delimitado.
A média de moradores em domicílios particulares ocupados é de 2,85 pessoas.
Ainda por unidades da Federação, Roraima tem maior percentual de domicílios, com pelo menos um morador indígena localizado dentro de terras indígenas (TI) (58,84%), seguida de Mato Grosso (57,91%), Maranhão (52,59%) e Tocantins (51,13%).
Entre os territórios com a maior população indígena, aparece a TI Parabubure (em Campinápolis e Nova Xavantina, Leste de MT), com 7.608 indígenas.
No entanto, em 2020, esse número era de 8.392 indígenas.
Em segundo, aparece o Parque do Xingu (entre municípios como Gaúcha do Norte, São Félix do Araguaia e São José do Xingu, Norte e Nordeste do Estado), com 6.167 indígenas.
Lá, o censo revela aumento da população comparado ao censo anterior, quando o número de residentes na área era de 4.840 pessoas.
Já em nível nacional, a área com maior número de habitantes indígenas é a Yanomami (AM/RR): 27.152, ou 4,36% do total de indígenas em terras indígenas.
Raposa Serra do Sol (RR) vem a seguir, com 26.176 indígenas e a TI Évare I (AM), com 20.177, aparece em terceiro lugar no ranking.




