Do senador Jayme Campos (União) ao se posicionar radicalmente contra a PEC da Blindagem, que chega para apreciação do Senado após aprovação pela Câmara dos Deputados:
Essa matéria não pode passar em hipótese alguma, ainda mais com voto secreto. Quem vota (e aprova) matéria como essa está protegendo bandido.
Votação secreta para autorização de abertura de proceso de parlamentares por crimes
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (17), por meio de uma manobra regimental, o texto original da PEC da Blindagem e restabeleceu a votação secreta na análise da abertura de processos contra parlamentares.
Dos 513 deputados, 482 votaram:
- 314 votaram a favor do voto secreto
- 168 votaram contra o voto secreto
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi o único partido com 100% dos votos a favor da medida para restabelecer a votação secreta, com base nos deputados presentes.
Na sequência, o PP e o Avante aparecem com os partidos nos quais os deputados presentes mais votaram a favor da votação secreta: 96% e 86%, respectivamente.
O PT, partido do presidente Lula, teve 88% dos votos contrários e 12% a favor.
Novo, PSOL, PCdoB, PV e Rede tiveram 100% de seus deputados presentes votando contra a medida.
Jaime e Buzetti são contra a PEC da Blindagem
Dos três senadores de Mato Grosso, Jayme Campos (União Brasil), Margareth Buzetti (PP), são radicalmente contra a PEC da Blindagem. Já o senador Wwlington Fagundes (PL), ainda não se manifestou.
‘Sou totalmente contra essa PEC. Isso vai sucumbir a nossa Justiça. Uma vergonha para o país. Como você vai proteger quem comete crime, seja ele hediondo ou contra a administração pública. Eu vou votar contra essa aberração’, disse Campos. Segundo ele, a proposta criará uma espécie de casta no país, incluindo ainda presidentes nacionais de partidos. ‘Isso não traduz os anseios da sociedade brasileira, que deseja que seus representantes sejam absolutamente responsáveis pelos seus atos’, disparou o Senador Jayme Campos
A senadora Margareth Buzetti (PP) também criticou a proposta, alegando que ela fragiliza o Parlamento e passa à sociedade a impressão de que políticos buscam se proteger, independentemente da gravidade das acusações.
“Há crimes que não podem ficar à margem da investigação judicial. Esse tipo de blindagem coloca em dúvida o caráter e a responsabilidade dos representantes eleitos, quando na verdade precisamos dar o exemplo de transparência e compromisso com a justiça”, disse. ‘Pelo que li, de 1988 a 2001 essa regra estava em vigor. E, de 250 pedidos de abertura de processo criminal solicitados pelo STF, apenas um foi autorizado pela Câmara. Será que isso é bom para a democracia?’, questiona.
Os parlamentares aproveitaram a ampla discussão em torno da discussão dos crimes ligados a ministação do pensamento e liberdade de expressão, e inseriram praticamente todos os tipos de crimes, dentro da blindagem e ainda contrariando os princípios da democracia, ainda colocaram que a votação deve ser secreta, para que o público não tenha conhecimento sobre o voto de cada parlamentar.
O retrocesso, pegou muito mal contra os congressistas, a senadora Buzetti, insatisfeita com a aparovação dissse que a maioria absoluta dos brasileiros não acredita na classe política devido esse tipo de atitude dos parlamentares.
Como votaram os Deputados federais matogrossenses ?
A proposta foi aprovada pela Câmara Federal com 344 votos favoráveis e 133 contra. Seis dos 8 deputados federais mato-grossense votaram a favor: Coronel Fernanda (PL), José Medeiros (PL), Nelson Barbudo (PL),Rodrigo da Zaeli (PL), Gisela Simona (União) e Coronel Assis (União). Apenas os deputados do MDB, Emanuelzinho e Juarez Costa foram contrários à proposta. Agora o texto segue para o Senado.