Em ato publicado no Diário Oficial Eletrônico da Assembleia legislativa de Mato Grosso (ALMT) nessa quarta-feira (30), os deputados Eduardo Botelho (União) e Max Russi (PSB), presidente e 1º secretário do Legislativo estadual, exoneraram o servidor Eroaldo de Oliveira, preso pela Polícia Federal durante a Operação Bilanz, que apura um rombo de R$ 400 milhões na Unimed. Eroaldo também é ex-CEO da cooperativa.
Eroaldo de Oliveira foi preso com outros 5 investigados por participação no suposto esquema, incluindo o ex-presidente da Unimed Cuiabá Rubens Carlos de Oliveira Jr., mas foi solto ainda na noite de ontem (30) pelo juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso.
No ato nº 2016/2024, dessa quarta, o deputado Eduardo Botelho decidiu exonerá-lo. Consta no documento que Eroaldo estava lotado Bloco Parlamentar Avante Mato Grosso, composto pelos deputados Beto Dois a Um (União), Nininho (PSD), Sebastião Rezende (União) e Carlos Avallone (PSDB). Ele foi admitido em agosto para o cargo de assessor parlamentar, com carga horária de 40 horas semanais e salário de R$ 13.234,30.
Esquema na mira
A Unimed Cuiabá – que é a operadora de saúde suplementar de maior abrangência do Estado, com 220 mil usuários, possuindo 60% de market share e tendo 1.381 médicos cooperados – descobriu um prejuízo contábil de R$ 400 milhões.
Em março de 2023, após uma disputa eleitoral histórica na qual os cooperados elegeram o médico urologista Carlos Bouret para presidir a Unimed Cuiabá, deu-se início à descoberta de uma série de anormalidades que estavam sendo cometidas pela gestão anterior, que tinha como presidente o médico Rubens de Oliveira.
Além de Rubens, a ex-gestão era composta pelo ex-CEO, Eroaldo Oliveira, e o ex-presidente do Conselho de Administração, João Bosco Duarte.
Em 27 de junho, os cooperados reunidos em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) tiveram conhecimento dos resultados apresentados pela auditoria, PP&C Auditores Independentes, quanto ao balanço revisado. Conforme relatório, existia uma perda de aproximadamente R$ 400 milhões no balanço fiscal de 2022, contrapondo os R$ 371,8 mil positivos que haviam sido apresentados pela gestão anterior.
As irregularidades apontadas pela auditoria contratada evidenciaram uma administração incorreta, que comprometeu a saúde financeira da Unimed Cuiabá. Dentre pontos críticos estavam a construção de dois empreendimentos – a sede do hospital próprio e um espaço de cuidados terapêuticos – que custaram R$ 95 milhões e não foram entregues em sua totalidade.