Lucas do Rio Verde - Outubro 13, 2025

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Casos de HIV tem aumento significativo no mês de setembro em Lucas do Rio Verde

Coordenadora do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), doutora Gabriela Porazzi, reforça a importância da testagem anual e do uso de preservativos para conter o avanço da infecção no município

Por: Portal JVC / Valdecir Chagas

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(Autor da imagem: Reprodução)

Casos de HIV teve aumento significativo no mês de setembro deste ano em Lucas do Rio Verde. Segundo a médica Gabriela Porazzi, coordenadora do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do município, apenas no último mês foram 10 novos diagnósticos, número considerado alto para o período.

“Nós tivemos, em setembro, um diagnóstico de 10 casos novos aqui dentro do município. Hoje, acompanho quase 500 pacientes em Lucas do Rio Verde, e desde o início do ano já somamos cerca de 34 novos casos”, informou a doutora Gabriela.

O crescimento dos registros acendeu o alerta entre os profissionais de saúde. A médica explica que o diagnóstico precoce é fundamental para o controle da doença e lembra que os testes rápidos estão disponíveis gratuitamente em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no SAE, localizado no Espaço Saúde.

“O ideal é que todas as pessoas com vida sexual ativa, independentemente do estado civil, realizem o teste pelo menos uma vez por ano. Assim conseguimos identificar os casos precocemente e evitar complicações decorrentes da doença”, orientou.

Os testes rápidos, segundo ela, são simples, seguros e oferecem resultado em cerca de 10 minutos, detectando não apenas o HIV, mas também sífilis e hepatites B e C.

Tratamento mais simples e eficaz

Gabriela Porazzi destacou que, ao contrário do que se acreditava no passado, o tratamento atual é muito mais simples e garante qualidade de vida plena aos pacientes.

“Hoje, o tratamento é feito com dois comprimidos diários, que inativam o vírus e impedem a destruição das células de imunidade. O paciente volta a ter uma vida normal e, quando atinge carga viral indetectável, não transmite o HIV”, explicou.

A médica também faz questão de diferenciar HIV e AIDS. O HIV é o vírus causador da doença, enquanto a AIDS é o estágio avançado da infecção, quando há comprometimento da imunidade.

“O paciente com HIV que está em tratamento não tem AIDS. Já aquele que abandona o tratamento ou descobre tardiamente pode desenvolver doenças oportunistas. Mas, com acompanhamento adequado, conseguimos reverter esse quadro”, acrescentou.

Prevenção e combate ao preconceito

A principal forma de prevenção continua sendo o uso do preservativo, disponível gratuitamente nas unidades de saúde e no próprio SAE. Além disso, há medicamentos de prevenção — a PrEP (profilaxia pré-exposição) e a PEP (profilaxia pós-exposição) — que reduzem significativamente o risco de infecção.

“O preservativo ainda é o método mais eficaz contra todas as infecções sexualmente transmissíveis. Mas quem tiver uma exposição de risco pode procurar o serviço de saúde em até 72 horas para iniciar a PEP, que é gratuita e eficaz”, explicou a médica.

Gabriela também lamentou que o preconceito ainda seja uma barreira para muitas pessoas buscarem o diagnóstico.

“Infelizmente, o estigma ainda é muito forte. Muita gente associa o HIV a pessoas doentes, o que não é verdade. Tenho pacientes com mais de 70 e 90 anos que vivem normalmente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado fazem toda a diferença”, destacou.

Importância da testagem regular

A coordenadora do SAE reforça que a testagem regular é essencial, especialmente entre homens, que ainda procuram menos os serviços de saúde.

“As mulheres, por causa das campanhas e do preventivo, costumam fazer os testes com mais frequência. Já os homens ainda têm resistência. Por isso, realizamos mutirões durante o Novembro Azul e horários estendidos nas unidades, para facilitar o acesso”, completou.

Diante do aumento nos casos, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do SAE, reforça o convite para que toda a população procure as unidades de saúde para realizar o teste rápido, gratuito e sigiloso.

“Descobrir cedo é a melhor forma de tratar, evitar complicações e quebrar a cadeia de transmissão do HIV”, concluiu a médica.

Jornalista Valdecir Chagas

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