Com cerca de 100 mil habitantes, o município de Lucas do Rio Verde está no presente momento com apenas um delegado atuando. A informação foi revelada pelo presidente do Conselho Municipal de Segurança (Conseg), Dávi Paré.
Depois de ser questionado nas redes sociais sobre a situação da Delegacia de Polícia Civil, Paré declarou que, “Dra. Ana Terra está de licença Maternidade. Dr. João Antônio, foi afastado pela corregedoria e preso no último dia 12 de fevereiro por assédio a uma funcionária e denúncias de corrupção no exercício da função. Dr. Allan está responsável pela PJC”.
Ele confirmou que apenas um delegado está atuando na delegacia e acrescentou que a Diretoria da Polícia Civil, já buscando nomes para trazer um novo Delegado para Lucas para Lucas do Rio Verde. Paré acredita que a situação será resolvida até o mês de abril, com a designação de um novo delegado para suprir a demanda crescente dos trabalhos na Delegacia.
Delegado João Antônio foi afastado e preso
O delegado João Antônio Batista Ribeiro Torres da delegacia de Lucas do Rio Verde, foi preso na terça-feira, dia 12 de fevereiro, após denúncias de propina e assédio sexual. Segundo a Polícia Civil, ele também foi alvo de mandado de busca e apreensão.
As medidas cautelares representadas pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil foram acolhidas pelo Ministério Público e decretadas pelo juízo da Comarca de Lucas do Rio Verde, ainda conforme a polícia.
Pedido de remoção
No dia 29 de janeiro, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso pediu a remoção do delegado João Antônio. Na epóca, ele negou todas as acusações e disse que iria aguardar a notificação para se pronunciar sobre o caso.
Já a corregedoria Corregedoria-Geral informou que não irá comentar sobre o caso até a conclusão das investigações.
Conforme pedido de afastamento, um relatório técnico de outubro de 2024, aponta o delegado como envolvido em casos de recebimentos de valores e vantagens indevidas, além de assédio sexual contra uma servidora.
Recebimento de propina e assédio
Conforme a corregedoria, João Antônio teria solicitado R$ 30 mil ao dono de um veículo para não instaurar inquérito policial após um acidente de trânsito. Ele também teria recebido R$ 40 mil de um advogado para arquivar um inquérito relacionado a falsidade ideológica em documentos de propriedade rural.
Em outra acusação, o delegado teria utilizado uma empresa de grãos, do qual seria sócio, para movimentar recursos ilícitos.
O documento também aponta que o oficial teria transferido para si próprio um inquérito que estava distribuído para outra delegada para atender aos interesses de terceiros. Ele também teria cobrado valores em troca de proteção e recebido vantagens indevidas para não dar andamento nas investigações que apurava crimes de uma empresa.
O pedido de remoção aponta ainda que João Antônio teria assediado sexualmente uma servidora que foi exonerada após ausência de prosseguimento do caso devido à amizade entre o delegado denunciado e a delegada titular.
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil determinou a investigação por meio de entrevistas, buscas por testemunhas e diligências que possam confirmar a veracidade das acusações.