Com desemprego de apenas 3,3% no segundo trimestre de 2024, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso é um dos estados em situação de “pleno-emprego”.
No entanto, o panorama do mercado de trabalho está longe do ideal.
Isso porque grande parte das empresas do Estado tem vagas de serviço disponíveis, mas sofre com a escassez de mão de obra qualificada.
Levantamento produzido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá) revela que cerca de metade (46,5%) dos empreendimentos na capital enfrenta a falta de candidatos capacitados para desempenhar determinadas funções.
Dois terços das oportunidades disponíveis nas companhias, atualmente, são para os cargos de vendedor (26%), assistente administrativo (15,5%), mecânico (5,8%), consultor de vendas (3,8%), motorista (3,8%), eletricista (3,8%), recepcionista (1,9%).
O restante vai para atividades como operador de pátio, técnico em segurança do trabalho, especialistas em tecnologias de informação (TI), entre outros.
Outro desafio que chama a atenção para quase 11% dos entrevistados é a falta de interesse dos postulantes.
Já para 9,9%, a alta rotatividade de funcionários é um grande entrave.
Este é um cenário frequente para as empresas, já que as etapas de treinamento e qualificação das equipes de trabalho demandam gastos e tempo.
Para o presidente da CDL Cuiabá, Júnior Macagnam, as companhias precisam apostar em outras alternativas para reter talentos.
“A concorrência acirrada e pequenas vantagens oferecidas no mercado fazem com que os profissionais permaneçam no emprego por pouco tempo, o que contribui para a manutenção desse quadro. É fundamental que as empresas invistam em bons salários, planos de carreira com perspectiva de crescimento e benefícios atrativos para manter o time de trabalho motivado e garantir a qualidade do serviço, além da reduzir custos operacionais”, analisa Macagnam.
Quanto ao processo de escolha, 3 em cada 10 recrutadores consideram a experiência profissional anterior como o fator mais importante na hora da contratação, destacando a necessidade de candidatos com vivência no mercado.
Já 15,8% dão ênfase tanto nas habilidades técnicas específicas quanto no potencial de crescimento e aprendizado.
Neste caso, além do conhecimento prático, as empresas buscam profissionais que possam se desenvolver dentro da organização.
A superintendente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL MT), Fernanda Campos, ressaltou que a necessidade de força de trabalho é uma dor latente do empresário industrial e que é tratada como prioridade.
“O Sistema Fiemt, por meio do IEL MT, tem realizado ações e ferramentas para estimular a empregabilidade no Estado. Além disso, o Senai oferta cursos de capacitação para a população em diversas áreas”, afirmou.