Ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, e o advogado Hugo Castilho, continuam presos. A decisão é do juiz Francisco Campos de Almeida e foi dada durante a audiência de custódia referente à operação Cartão-Postal, que investiga uma série de fraudes na área da Saúde de Sinop.
Conforme já divulgado, a operação mirou 34 alvos, entre elas pessoas físicas e jurídicas. Além de Célio e Hugo, tiveram a prisão decretada Jefferson Geraldo Teixeira, Roberta Arend Rodrigues Lopes, Elisangela Bruna da Silva e João Bosco da Silva.
Porém, só foram confirmadas as prisões de Célio, Hugo e de mais dois alvos, não sendo especificados quais. Outros dois não tiveram o mandado de prisão cumprido.
Além deles, são investigados na ação o procurador-geral do Município Ivan Schneider, Fabiula Martins Lourenço, Ângela Maria Pitondo de Oliveira, Deisi Juliani, Helena Maria dos Santos Barbosa, Bruno Borges, Adriana Teixeira Martins, Euller Gustavo Pompeu de Barros Gonçalves Preza, Guilherme Soares Meira, Jean Carlos Soares da Silva, Dayann Silva do Nascimento e João Bosco da Silva.
Todos estão proibidos de frequentar as dependências da Saúde do município, não podem manter contado com os demais investigados, devem comparecer periodicamente ao juízo para comprovar atividades e não devem se ausentar da comarca.
Buscas
Trecho da decisão afirma que foram cumpridas buscas nas empresas Instituto de Gestão de Políticas Públicas (IGPP) (Em São Paulo e Sinop), Castilho e Caldas Advogados Associados (Cuiabá), Cuyabana Cervejaria Artesanal ( Várzea Grande), Instituto de Gestão e Saúde –Allus ( São Vicente -SP), Vida e Saúde Clínica Médica e Odontologia (MediPlus) ( Cuiabá), HC Gestão em Informática ( Cuiabá), Mais Saúde Serviços Médicos e Hospitalares (Cuiabá), Acácia Construtora e incorporadora ( Cuiabá), Sappo Company Comércio Ldta (Cuiabá), Pronto Mais Serviços Médicos e Hospitalares (Sinop), Digital Comércio e Serviços de Informática e S8 Service ( Sinop).
Operação
Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) apontou que há, desde junho de 2022, uma organização criminosa instalada e atuante na pasta.
A organização é bem estruturada, com clara hierarquia, divisão de tarefas entre os componentes e com “sofisticado esquema de atuação em conexão com o Poder Público Municipal”, aponta a Deccor.
O esquema consiste em fraudar as prestações dos serviços de saúde da cidade para ter lucro e realizar os repasses para os líderes do esquema. A organização social tem sido ajustada para continuar na prestação do serviço, sendo alterada várias vezes em sua composição, no mesmo período que disputava a dispensa de licitação para assumir as atividades entre maio e junho de 2022.
Foi apontado ainda que a mesma organização venceu novas dispensas ocorridas entre outubro e novembro de 2022 e abril e maio de 2023, dando continuidade aos trabalhos na cidade até a presente data.