O Papa Francisco reconheceu o milagre atribuído ao jovem Beato Carlo Acutis, de 15 anos, ocorrido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O decreto de reconhecimento foi publicado nesta quinta-feira, 23 de maio, pelo Vaticano, seguindo o protocolo usual em casos como esse.

O primeiro processo é o das virtudes ou martírio. Nessa etapa é investigada minuciosamente a vida do Servo de Deus, para verificar a fundo a vivência das virtudes. Já no caso de um mártir, devem ser estudadas as circunstâncias que envolveram sua morte, para comprovar se houve realmente o martírio. Ao término desse processo, a pessoa é considerada venerável.
O segundo processo é o milagre da beatificação; justamente o que aconteceu com Carlos Acutis nesta quinta-feira. Para se tornar beato, é necessário comprovar um milagre ocorrido por sua intercessão. No caso dos mártires, não é necessário milagre.
O terceiro e último processo é o milagre para a canonização, que precisa ter ocorrido após a beatificação. Quando o milagre é comprovado, o beato é canonizado. Não são aceitos milagres sem a comprovação de peritos e cientistas, alguns deles não católicos e sem religião.
Milagre
Apesar de nunca ter visitado o Brasil, Carlo Acutis tem uma conexão profunda com o país. Após sua morte, um padre da Paróquia de São Sebastião, em Campo Grande, começou a celebrar a missa de Nossa Senhora Aparecida no dia 12 de outubro, data do falecimento de Carlo, expondo uma roupa com sangue do garoto como relíquia.

Em 2010, durante uma dessas missas, um senhor levou seu neto, diagnosticado com uma doença grave, à paróquia. Segundo a família, o garoto foi curado após tocar a relíquia do beato.

 Carlo Acutis foi beatificado em 2020 pelo Papa Francisco e é conhecido como o “primeiro beato de calça jeans e tênis”, conforme o Vatican News.