O secretário de Estado de Segurança Pública, coronel César Roveri, determinou à Polícia Judiciária Civil (PJC) a instauração imediata de um inquérito para apurar as suspeitas de interferência de integrantes do crime organizado na eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá.
Roveri enviou à delegada-geral da PJC, Daniela Maidel, um relatório da Secretaria Adjunta de Inteligência da Sesp, elaborado a partir das informações repassadas pelo prefeito eleito de Cuiabá, o deputado federal Abílio Brunini (PL).
A agenda com o prefeito eleito foi determinada pelo governador Mauro Mendes (União), que colocou a Secretaria de Segurança Pública à disposição para adotar as medidas legais, a fim de apurar as denúncias e “evitar que as organizações criminosas se instalem na Câmara de Vereadores”.
“Diante da gravidade das denúncias, recebemos na Sesp o prefeito eleito Ablílio Brunini, que compartilhou informações sobre uma suposta interferência de facções criminosas na eleição da Mesa Diretora da Câmara. Embora ele não tenha formalizado as declarações, entendemos a importância das informações trazidas por ele e, a partir disso, determinamos a abertura de um inquérito para aprofundar as investigações”, disse o secretário de Segurança Pública.
Crime Organizado em decisão política
Na última eleição em Mato Grosso, vários candidatos foram presos por envolvimento com o crime organizado. Mas isso não é novidade, basta lembrar da época do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, quando ele influenciava na indicação de secretário de Segurança pública e até eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa.
Na verdade, o crime organizado sempre existiu, mas não com o poder de fogo existente no momento no país. O governador Mauro Mendes, fez duras criticas as leis existentes no país que estão frouxas e facilitando a proliferação da faccções.
Mas o combate a criminalidade é muito mais complexo. É preciso capacitar e melhor o aparato policial do Estado, tonar o rito processual criminal mais célere, e investir pesado na prevenção para evitar que crianças e adolescentes entram para o mundo da criminalidade. Fora disso, os policiais vão continuar “enxugando gelo”, como eles próprios falam. E com muita razão, as cadeias estão superlotadas e o crime só aumentando.