Composta por nove integrantes teve início na noite desta terça-feira (24), a Folia de Reis, na Igreja da Comunidade Santos Reis em Colíder. Ao lado do presépio, com a presença simbólica do Menino Jesus, José e Maria e dos animais, eles cantaram e anunciaram a chegada do Menino Jesus, conforme narra a Sagrada escritura.
A partir desta data, os foliões, fazem peregrinação pelas comunidades, visitando os católicos, com a presença da Bandeira dos Três Reis Santos. As famílias recebem os foliões que oferecem donativos como, (prendas, comidas e bebidas), que serão arrecadas para o grande festejo de Santos Reis, que será realizado na Comunidade dia 12 de janeiro.
Nascido em Minas Gerais, o embaixador da Folia, seu Davi tem 80 anos de idade. Ele conta que desde os 16 anos, canta em folia de Reis e para ele é motivo de orgulho e satisfação em manter viva essa bonita tradição.
A bonita tradição que tem seus laços fortes nos Estados de Minas Gerais e em Goiás, e a tradição é mantida de geração para geração no Brasil.
História da Folia de Reis
A Folia de Reis é uma manifestação cultural que tem origem portuguesa e espanhola, e chegou ao Brasil durante a colonização. A celebração é uma forma de comemorar a visita dos três Reis Magos ao menino Jesus, de acordo com a tradição cristã: Gaspar, Melchior (ou Belchior), Baltazar.
A Folia de Reis dura 12 dias, começando no dia 24 de dezembro e terminando no dia 6 de janeiro, data da chegada dos Reis Magos a Belém. A Folia de Reis é uma manifestação que mescla o sagrado e o profano, e é marcada por: Cantos e danças de porta em porta Peregrinação dos foliões, que visitam os devotos com a Bandeira dos Três Reis Santos Recebimento dos foliões pelas famílias, que oferecem comidas e bebidas Presença de palhaços, que representam os soldados do Rei Herodes Presença de cantadores, instrumentistas, leitores e recitadores de versos.
Folia de Reis no Mundo
A celebração da Folia de Reis está associada com a comemoração da visita dos três reis magos, Belchior, Baltazar e Gaspar, à Jesus.
De acordo com a história da tradição, Belchior, Baltazar, Gaspar seriam sábios vindos do Oriente que receberam em sonho a informação que estaria para nascer o novo Messias e, guiados por uma estrela (a Estrela de Belém), fizeram a peregrinação de seis dias para Jerusalém. Logo antes de chegarem a Jerusalém os três reis teriam se encontrado com o imperador Herodes e compartilhado que estavam a caminho de presenciar o nascimento do menino.
Após o nascimento e após deixarem os presentes ao menino Jesus (incenso, ouro e mirra), os Reis teriam sido avisados por meio de sonhos mais uma vez que se voltassem pelo mesmo caminho que tinham vindo, Herodes os ia perseguir, por estar se sentindo ameaçado pelo possível nascimento de um Messias.
Os reis então teriam se fantasiado e separado, tomando outros caminhos de volta ao Oriente em festa, passando pelas cidades cantando e comemorando o nascimento de Jesus.
Simbologia
Existe uma certa simbologia associada à história dos Reis. Quando se é falado que os Reis eram “Magos” ao contrário do que podemos pensar eles não seriam feiticeiros. O termo “mago” era usado para pessoas sábias e com conhecimento em astronomia. Faria sentido pensar nos três astrônomos sendo guiados por uma estrela. A estrela de Belém, por sua vez, pode ser interpretada como a estrela D’Alva, que é a primeira estrela a ser visível de noite e que na realidade não é uma estrela, e sim o planeta Vênus.
Os presentes entregues a Jesus também carregam significado: a mirra é um composto usado em embalsamentos, representando a ressurreição e a imortalidade. O incenso era comumente usado dentro de templos e normalmente só sacerdotes eram presenteados com incenso, representando a divindade do menino e a fé. O ouro representa a realeza de Jesus, o rei dos judeus.
A Folia
Atualmente a Folia de Reis no Brasil é comemorada por uma peregrinação de 12 dias, começando na véspera de natal e terminando no dia 6 de Janeiro, o Dia de Reis. De acordo com o IEPHA/MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), apenas em Minas Gerais estão cadastradas mais de mil companhias de Folias, sendo a maioria delas em devoção aos Santos Reis, mas algumas também devotas de outros Santos e que comemoram em outros períodos do ano.
Tradicionalmente o grupo de Folia passa de cidade em cidade, casa em casa, dançando, fazendo música e comemorando. Alguns grupos ainda seguem a regra de não voltar com a bandeira uma vez que ela passa, fazendo alusão à perseguição de Herodes aos Reis.
A companhia possui alguns personagens para a festança: três pessoas saem personificadas dos três Reis Magos; normalmente três pessoas saem de Bastiões (ou palhaços), que são os que protegem a bandeira do grupo; o Coro, composto pelos que tocam os instrumentos e cantam; o Mestre (ou embaixador), que guia e coordena a Folia; o Festeiro, que é normalmente a pessoa a qual a residência é a saída e chegada da Folia; e o Bandeireiro (ou alferes da bandeira), que carrega a bandeira da companhia. A bandeira representa diretamente o menino Jesus e é feita de pano brilhante e colada uma estampa de quem o grupo é devoto.