Cleber Figueiredo Lagreca, indiciado pelo feminicídio que vitimou a empresária Elaine Stelatto Marques, 45, em 2023, no Manso, em Chapada dos Guimarães, vai a júri popular, decidiu o juiz Leonísio Salles de Abre Júnior. O pedido de prisão domiciliar foi negado.
“Diante do exposto, considerando a gravidade dos fatos, a necessidade da manutenção da prisão para garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, bem como o risco de que o réu não seja localizado para ser submetido ao julgamento pelo Tribunal do Júri, indefiro os pedidos de revogação da prisão preventiva e de concessão de prisão domiciliar humanitária”, diz trecho do documento.
O magistrado ainda citou a “extrema periculosidade” de Lagreca, evidenciado no modus operandi do feminicídio cometido contra a empresária, bem como pela tentativa de alterar a cena do crime para induzir o erro da perícia, configurando fraude processual.
“A gravidade dos fatos é inconteste. Tais circunstâncias demonstram não apenas frieza e o desprezo pela vida humana, mas também uma clara intenção de obstruir a Justiça”, citou Salles.
Caso
Elaine Stelatto morreu no lago do Manso, região de Chapada dos Guimarães (67 km ao norte de Cuiabá), e inicialmente a ocorrência foi registrada como afogamento. Cleber, que estava com ela, contou aos investigadores que a empresária estava amarrada em uma corda, sendo puxada por uma embarcação, quando se afogou.
No entanto, exame de necropsia realizado no corpo de Elaine contestou o depoimento. Família e amigos também não acreditaram na versão. Um dos pontos divergentes é que o corpo da vítima tinha diversos ferimentos.
Ele só foi preso em setembro de 2023, hospedado em um hotel próximo ao terminal rodoviário de Cuiabá. Ele nega que cometeu o crime, embora todos os elementos dos autos o apontam como autor.