Edgar Ricardo de Oliveira foi condenado pelo Tribunal do Júri de Sinop, a 136 anos de prisão pelos 7 homicídios que cometeu na chacina em um bar na cidade, em fevereiro de 2023. O julgamento foi iniciado por volta das 8h30 desta terça-feira (15) e encerrado já por volta das 21h30.
Testemunhas relataram que o réu demonstrou frieza ao cometer o crime e, ao ser preso, teria dito que “quem ele matou não valia nada, eram todos farinha do mesmo saco, eram todos vagabundos e mereciam”.
Edgar, no entanto, defendeu que era vítima de perseguição por parte de Maciel Bruno de Andrade Costa, 35, dono do bar, que estaria “tramando” contra ele e que, inclusive, teria sofrido ameaças. Alegou também que sofria constantes provocações por parte de Bruno. As testemunhas que estavam no local, no entanto, contestaram esta versão.
O Ministério Público, ao se dirigir aos jurados, argumentou que, pelas imagens e depoimentos, é possível verificar que não houve provocação no dia do crime e que há indícios de que Edgar e seu comparsa Ezequias Souza Ribeiro teriam premeditado o crime após as derrotas que sofreu de Getúlio Rodrigues Frasão, 36. Ele mostrou as imagens das câmeras de segurança do bar, que registraram o momento das execuções.
Já a Defensoria Pública argumentou contra algumas das qualificadoras imputadas a Edgar. Disse que a defesa quer que se aplique uma pena justa.
O Conselho de Sentença condenou Edgar pelos homicídios e a juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, que conduziu a sessão, definiu a pena em 136 anos, 3 meses e 20 dias de prisão em regime fechado, sem direito de recorrer em liberdade.
O caso
Os assassinatos ocorreram na tarde do dia 21 de fevereiro de 2023 em um bar em Sinop. 6 vítimas morreram no local e uma no hospital. Os suspeitos foram identificados poucas horas após o crime, sendo Ezequias Souza Ribeiro, 27, e Edgar Ricardo de Oliveira, 30.
As identidades das vítimas também foram divulgadas naquele dia. Entre elas estão Getúlio Rodrigues Frasão, 36, e Larissa Frazão de Almeida, 12, pai e filha, respectivamente. Larissa foi atingida com um tiro nas costas.
A mãe da menina, Raquel Gomes de Almeida, também estava no estabelecimento e presenciou a ação dos criminosos. Ela sobreviveu.
Ezequias Souza Ribeiro foi baleado e morto na tarde do dia 22 em confronto com policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Ele chegou a ser levado a um hospital, mas não resistiu. O outro suspeito do crime, Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, se entregou à polícia na manhã do dia 23 de fevereiro. Ele está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE).