Lucas do Rio Verde - Julho 5, 2024

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Autor do Feminicídio de professora em Lucas do Rio Verde é condenado a 33 anos de prisão

O julgamento aconteceu nesta terça feira pelo Tribunal Popular do Juri

Por: Portal JVC / Valdecir Chagas

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(Autor da imagem: Portal JVC)

Bruno dos Santos Diesel 27 anoos, réu confesso do feminicídio da professora Valérie Petronetto ,48, foi submetido a julgamento pelo Tribunal Popular de Juri da Comarca de Lucas do Rio Verde nesta terça feira (19), e condenado a 33 anos de prisão em regime fechado. O proceso corre em segredo de Justiça.

Bruno além de assassinar a professora no dia 10 de dezembro  de 2022, ainda ocultou o cadáver da vítima que foi encontrado dois dias depois, já em estado de decomposição.

Na época, O acusado foi preso durante fuga para o Paraná, pela polícia de Dourados, Mato Grosso do Sul, dentro de um ônibus. O delegado Ulisses Brito contou que, além de assassinar e ocultar o corpo de Valéria por dois dias, ele também furtou alguns objetos da vítima que foram apreendidos pela polícia. Relatou que no dia do crime estava sob efeito de entorpecentes e que matou a mulher com golpes de faca.

Na casa da vítima, local do crime, havia sinais de sangue na parede, que, segundo a Perícia Técnica Oficial (Politec), indicava luta corporal entre Valérie e o agressor.

A profesora Valérie Petronetto,  morava com o criminoso. Colegas da vítima acionaram a polícia após ela faltar ao trabalho. Vizinhos e familiares informaram que o casal foi visto discutindo no dia do fato.

Bruno dos Santos confessou que continuou frequentando a casa da vítima, mesmo com a professora morta. Para polícia, ele disse que depois que o corpo começou exalar odor, o escondeu em um dos quartos.

Valérie conheceu Bruno dos Santos na cidade de Cascavél, no Paraná, onde ele residia.  Após iniciarem um relacionamento, o homem teria vindo morar com a professora em Lucas do Rio Verde. Eles estavam juntos há cerca de 6 meses, período esse em que a professora passou por diversas agressões e ameaças.

O Caso 

A equipe da Delegacia realizou diligências na vizinhança e com familiares e apurou que o casal foi visto discutindo, na sexta-feira anterior ao feminicídio, data em que a família conseguiu contato com a vítima pela última vez.

Os investigadores apuraram ainda que companheiro da professora havia saído na segunda-feira do imóvel, com o veículo que era utilizado pelos dois. O automóvel foi localizado na rodoviária de Lucas do Rio Verde, apontando que o suspeito havia fugido.

Ele chegou na rodoviária de Lucas do Rio Verde no domingo e bastante nervoso, perguntou o valor da passagem para a cidade de Marechal Cândido Rondon (PR). Depois de ser informado que o valor era R$ 800,00, o suspeito mandou mensagem para um suposto tio, que lhe fez uma transferência imediatamente.

Duas horas depois de comprar a passagem, o autor do crime voltou à rodoviária e exigiu a devolução do dinheiro, dizendo que faria a viagem de táxi. Os funcionários da empresa pediram que ele retornasse na segunda-feira, dia da viagem, e que o dinheiro seria devolvido. O suspeito retornou conforme combinado, porém, decidiu embarcar.

Imagens do circuito de segurança da rodoviária mostram o momento em que ele chega ao local, no carro da vítima, abandona o veículo e depois embarca. Ele estava com uma tipoia e, provavelmente, tenha lesionado o braço no momento do crime, pois na casa havia sinais de luta.

Prisão

Os policiais civis de Lucas do Rio Verde monitoraram o ônibus em que o suspeito viajava e apuraram que o veículo estava se aproximando da cidade de Dourados. A equipe da delegacia local foi avisada e conseguiu prendê-lo na parada de ônibus. Com o suspeito estavam objetos da vítima, como computador, celular, chaves do veículo e da casa, joias, cartões e documento pessoal.  

Aos policiais, ele confessou o feminicídio e disse que matou a vítima na noite do último sábado e continuou frequentando a casa, mesmo com a companheira morta. Depois que o corpo da vítima começou a exalar odor, ele o escondeu em um dos quartos. Com um cartão da professora, o autor do crime disse que fez compras de bebidas em um supermercado de Lucas do Rio Verde.

Histórico de violência

O autor do feminicídio tem histórico de violência doméstica contra a vítima, com agressões constantes, conforme relatado aos policiais por familiares de Valerie.

Ele é investigado em outro inquérito policial da Delegacia de Lucas do Rio Verde, instaurado neste ano, pelo crime de lesão corporal no âmbito doméstico contra a professora

A vítima já havia registrado em ocasião anterior uma ocorrência de lesão corporal, dano e injúria praticados por ele. O crime resultou em flagrante, pelo qual ele foi preso. O procedimento foi concluído e remetido ao Judiciário.

Valerie permaneceu com medida protetiva de urgência pelo período de seis meses, desde janeiro deste ano. No final de julho, ela comunicou que não havia mais necessidade de continuidade.

“O combate à violência doméstica contra a mulher vai de norte a sul do nosso país, onde nos últimos anos o ordenamento jurídico foi revelar mecanismos para o efetivo combate e punição aos agentes que agridem e até matam mulheres. As inúmeras estatísticas apontam o quanto ainda temos a caminhar para a construção de um sistema punitivo de fato condizente com as necessidades atuais, em especial, pelo fato de ainda ecoar na sociedade uma sensação de impunidade nas sanções penais nos crimes que envolvem violência doméstica”, pontuou a delegada Ana Caroline ao representar pela prisão preventiva do autor do feminicídio.

As informações coletadas pela equipe do Núcleo de Atendimento à Mulher da Delegacia de Lucas do Rio Verde apontam que a vítima estava envolvida em ciclo de violência próprio das relações afetivas. “O que acabou ceifando sua vida, sendo imperiosa a intervenção estatal, com fundamento na Lei Maria da Penha”, resumiu a delegada.

Jornalista Valdecir Chagas

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