O corpo de um brigadista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que combatia incêndios na Amazônia foi encontrado carbonizado na região da Terra Indígena Capoto Jarina, no Parque Nacional do Xingu, a 692 km de Cuiabá, nesta segunda-feira (26). A vítima foi identificada como Uellinton Lopes dos Santos, de 39 anos.
O Ibama confirmou que o trabalhador desapareceu por volta das 11h desse domingo (25), enquanto trabalhava no combate ao fogo que se iniciou no território indígena e, desde então, não foi mais visto. Nesta manhã, Uellinton foi encontrado a cerca de 1km de uma linha de defesa contra o fogo.
Conforme o Instituto Raoni, a situação na terra indígena se agravou nos últimos 10 dias. É estimado pela entidade que a região tem cerca de 635 mil hectares, o que é maior do que a área do Distrito Federal (DF). Atualmente, 42 brigadistas atuando no combate, sendo que metade deles são indígenas que fazem parte de um projeto.
A instituição disse ainda que a situação é tão grave que solicitou ao Ibama que mais brigadistas fossem enviados até o local. O g1 procurou o Instituto dos Recursos Naturais para entender como está a situação, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
De acordo com o Instituto Raoni, este ano os focos de incêndio se espalharam mais cedo que o normal, já que o esperado era que o pico se intensificasse no mês de setembro, não logo em agosto.
Imagens divulgadas pela instituição mostram a região coberta pelo fogo e o céu cinza devido à fuligem e fumaça. (veja acima). Em um vídeo gravado pelo sobrinho do Cacique Raoni, Megaron Txucarramãe, ele implora por socorro.
“Se alguma autoridade puder me ouvir, por favor manda avião que apaga fogo. Só pode apagar esse fogo jogando água com avião”, pediu no vídeo gravado.