Lucas do Rio Verde - Agosto 25, 2025

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Esvaziamento do reservatório da Usina de Colíder provoca cancelamento de Festival de Praia

O Fest Praia 2025, que seria realizado nos dias 29, 30 e 31 de agosto, em Paranaíta no Nortão,

Por: Portal JVC / G1 MT

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(Autor da imagem: Portal JVC)

O evento Fest Praia 2025, que seria realizado nos dias 29, 30 e 31 de agosto, em Paranaíta no Nortão, foi cancelado devido o rebaixamento do nível do reservatório da Usina Hidrelétrica Colíder. O anúncio foi feito pelo prefeito do município, Osmar Mandacarú (União Brasil), nessa segunda-feira (18).

A decisão foi tomada após uma reunião com os prefeitos de Nova Canaã do Norte, Colíder e Itaúba, além de representantes da Eletrobras, responsável pelo procedimento de segurança, que envolve o rebaixamento do nível do reservatório em até 17 metros e 54 centímetros por dia durante 33 dias.

“Por segurança da nossa população e porque o volume de água desapareceu com a nossa praia, não temos praia para fazer o nosso festival, então está cancelado o nosso festival”, afirmou o prefeito.

Segundo a Eletrobras, o procedimento para redução da água no reservatório começou na quinta-feira (14), após a elevação da classificação de segurança da usina de “atenção” para “alerta”. A medida foi tomada depois que cinco dos 70 drenos que compõem o sistema da usina apresentarem danos. Os drenos são as estruturas responsáveis por controlar a pressão da água dentro do sistema da barragem.

A empresa explicou que o rompimento de um desses drenos motivou a realização de inspeções detalhadas e a recomendação, por parte de um painel de especialistas externos, para reduzir o nível do reservatório como forma de garantir a segurança da estrutura e permitir uma avaliação mais precisa da situação.

Peixes mortos e barcos encalhados

Moradores de Itaúba, relataram a morte de peixes e dificuldades na navegação pelo Rio Teles Pires após o procedimento de segurança da Eletrobras. A ação provocou reflexos no volume de água que segue em direção ao município vizinho.

Um vídeo gravado pelo vice-prefeito, Douglas,  mostra embarcações encalhadas em um trecho do rio . Segundo ele,  a Prefeitura estuda baixar um decreto de calamidade, para atender os empreendedores que investiram na área do turismo no município. Ele calcula que  as empresas, sofrerão prejuízos  de mais de R$5 milhões durante essa temporada. Ele fez previsão que o reservatório da Usina vai demorar muito tempo para voltar a encher novamente.

Em nota, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) informou que cinco equipes foram mobilizadas pela empresa para resgatar os peixes da área afetada.

Impacto no turismo

Juliana Marques, que é proprietária de um restaurante na marina e moradora da cidade há 29 anos, contou que a redução de água já afeta os negócios de empreendedores que trabalham com turismo de pesca, modalidade muito forte na região.

“Por conta do acontecido com o Rio nosso movimento caiu bastante, estamos muito tristes em ver o nosso famoso rio Teles pires nessa situação, esperamos que em breve tudo se normalize para nossos turistas voltarem a fazer o que gostam”, pontuou.

Nível de água do reservatório será rebaixado em 17 metros; Eletrobras descarta rompimento da estrutura e anuncia estudos

O prefeito de Colíder, Rodrigo Benassi, e o vice-prefeito Lourenço Marani participaram nesta segunda-feira (18) de uma reunião na sede da Copel, em Colíder, com o diretor-presidente da Eletrobras e da Eletronorte, Antonio Pardauil. O tema do encontro foi a decisão da Eletrobras de colocar a Usina Hidrelétrica (UHE) Colíder em estado de alerta após problemas em quatro dos 70 drenos que compõem o sistema.

Também estiveram presentes os prefeitos Vinícius de Oliveira, de Nova Canaã do Norte, Toninho Tijolinho, de Itaúba, além do vice-prefeito de Cláudia, Fernando Leitão, o assessor especial da Vice-Governadoria, Celso Banazeski, e o deputado estadual Diego Guimarães.

O alerta é o terceiro nível mais grave em uma escala de quatro. A empresa também iniciou o rebaixamento do reservatório, em 17 metros no total, medida que deve durar 33 dias. De acordo com Antonio Pardauil, a decisão foi tomada por precaução. “Essa é uma ação de segurança. A barragem encontra-se estável conforme os monitoramentos contínuos. Atualmente temos uma grande equipe mobilizada em campo, incluindo técnicos ambientais e sociais, para acompanhar os impactos do rebaixamento”, afirma.

Pardauil destaca que a prioridade neste momento é a segurança. “A preocupação nossa número um é a questão da segurança. Isso que levou a gente a tomar essa atitude. O que é mais importante agora é ter essa parceria com a comunidade para superar esse momento”, diz.

Segundo a Eletrobras, a redução do nível do lago permitirá avaliações mais detalhadas da estrutura. A empresa informou que ainda não há definição sobre reforços futuros na barragem, que dependerão de estudos técnicos em andamento.

Rompimento descartado

Rodrigo Benassi informa que a reunião buscou esclarecer o cenário. “Nós viemos entender tudo que está acontecendo. Houve problema em quatro drenos em curto período, o que elevou a vazão de água acima do normal. Não é ruptura, é um vazamento acima do previsto. A usina decidiu não correr risco, optou por rebaixar o nível da água para garantir segurança”, garante.

O prefeito condena boatos alarmistas publicados nS redes sociais e reforça que não há risco de rompimento. “Deixando claro à população de Colíder, Nova Canaã do Norte, Itaúba e Cláudia que não há risco de rompimento da barragem. Isso é falado de maneira equivocada em redes sociais”, pontua

Impacto Econômico

Benassi também alerta para os impactos econômicos. “Haverá reflexos negativos em setores como turismo e pesca. Empresas de marinas e pousadas já sentem os efeitos. A Eletrobras informou que fará estudos para avaliar compensações”, acrescenta o gestor.

O prefeito de Itaúba, Toninho Tijolinho, também destaca a prioridade na segurança. “O impacto no rio é muito grande e as pessoas estão preocupadas. Mas não é para gerar medo. Não há risco de rompimento. É um alerta para evitar problemas futuros”, declara.

Já Vinícius de Oliveira, de Nova Canaã do Norte, cobrou apoio do Estado. “A preocupação é muito grande com os impactos. Já estive em Itaúba e senti o primeiro reflexo. Estamos cobrando da Eletrobras e também do governo estadual medidas de apoio aos municípios”, afirmou.

A Usina Hidrelétrica de Colíder

Localizada no rio Teles Pires, em Colíder, a UHE possui capacidade instalada de 300 MW, suficiente para atender ao consumo de uma cidade com 850 mil habitantes. O reservatório ocupa área de aproximadamente 143,5 km². A operação era feita pela Copel até maio de 2025, quando a Eletrobras assumiu a usina.

As obras começaram em 2011 e a primeira unidade entrou em operação em março de 2019. A operação e manutenção foi realizada pela Copel entre 2019 e maio de 2025 quando a usina foi adquirida pela Eletrobrás, hoje detentora do ativo.

Também participaram da reunião Ivan Monteiro, presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, vice-presidente de Regulação, Institucional e Mercado, Antonio Varejão, vice-presidente de Operações, Camil Gualda, vice-presidente de Sustentabilidade, e Bruno Eustaquio, diretor de Relações Institucionais.

Jornalista Valdecir Chagas

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