O delegado Caio Fernando Álvares de Albuquerque, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que a Polícia Civil trabalha com a possibilidade de existência de um grande cemitério clandestino, na região do bairro Osmar Cabral, em Cuiabá.
O local seria utilizado por facções criminosas para esconder restos mortais de vítimas de execuções.
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Os corpos dos quatro maranhenses sequestrados em maio de 2021, na Capital, por exemplo, podem estar enterrados nesse cemitério clandestino.
A expectativa, de acordo com o delegado, é encontrar não só as vítimas, mas dezenas de outras do “Tribunal do Crime”.
“Estivemos nesse local em que, tudo indica, estão não só os quatro corpos, mas dezenas de corpos. Resta a gente conseguir localizar o ponto exato desse cemitério clandestino, que foi criado ali pela facção”, disse.
O possível cemitério clandestino fica a 1,3 quilômetro de uma quitinete em que, possivelmente, as vítimas foram torturadas.
As vítimas eram Tiago Araújo, de 32 anos, Paulo Weverton Abreu da Costa, de 23, Geraldo Rodrigues da Silva, 20, e Clemilton Barros Paixão, de 20 anos.
As mortes foram ordenadas por uma facção, que julgou que as vítimas pertenciam a um grupo rival.
Os quatro desapareceram de suas respectivas residências, no Bairro Jardim Renascer, no dia 02 de maio de 2021.
FACÇÃO – Durante coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, na DHPP, o delegado Caio Albuquerque disse que só uma das vítimas tinha “inclinação” a uma facção criminosa rival à de Mato Grosso.
“Uma delas, de fato, tinha uma inclinação para uma facção claramente rival à facção daqui; Uma segunda vítima falou demais, era amiga desse primeiro, que, em tese, seria inicialmente faccionado”, afirmou.
“Os dois acabaram falando demais, as outras duas vítimas que estavam ali junto foram condenadas à morte, para não serem testemunhas e terem que contar depois o que viram”, completou.
Segundo o delegado, mesmo que os corpos não sejam encontrados, isso em nada abala a investigação, que conta com provas robustas para indiciar os criminosos.
“O principal objetivo é encontrar os corpos pra dar a família o direito de sepultar os restos mortais”, disse.
“Para levar ao júri indícios de autoria tem aos montes, basta ver todo o inquérito policial, são quase dois anos de trabalho com 4 mil páginas de inquérito policial”, afirmou.