Lucas do Rio Verde - Março 14, 2025

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Lobista de MT pagou R$ 4 milhões em propina a assessor do STJ

Andreson de Oliveira Gonçalves realizou transferências bancárias no total de R$ 4 milhões para pagar propina a um assessor do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Por: Portal JVC / Hiper Notícias

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(Autor da imagem: Portal JVC)

A Polícia Federal identificou indícios de que o lobista de Mato Grosso Andreson de Oliveira Gonçalves realizou transferências bancárias no total de R$ 4 milhões para pagar propina a um assessor do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O servidor atuou nos gabinetes de duas ministras da corte. As informações são do portal UOL.

A descoberta é a primeira prova de repasses financeiros a funcionários do tribunal no inquérito que investiga suspeitas de corrupção no STJ. Andreson está preso desde novembro na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, sob suspeita de envolvimento em esquemas ilícitos na Corte Superior e no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Ele também é suspeito de envolvimento com o advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros em dezembro de 2023. Mensagens encontradas no celular de Zampieri revelaram que o lobista buscava informações confidenciais para proteger aliados e dificultar investigações contra desembargadores.

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Em um dos casos, Andreson teria contatado o conselheiro do CNJ Luiz Fernando Bandeira de Mello, pedindo consulta sobre processos envolvendo o desembargador João Ferreira Filho, afastado desde agosto de 2024 por relações suspeitas com Zampieri.

As informações sobre as transações constam em um relatório da PF enviado ao ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento, que está sob sigilo, foi acessado pelo UOL. A análise da quebra de sigilo bancário dos investigados revelou que uma das empresas de Andreson, a Florais Transportes, sediada em Cuiabá, efetuou as movimentações suspeitas.

Entre maio de 2021 e dezembro de 2023, a Florais Transportes realizou 45 transferências bancárias para a empresa Marvan Logística, cujos valores variaram entre R$ 1.000 e R$ 250 mil. A PF identificou que essa empresa pertence à esposa de Márcio Toledo Pinto, servidor do STJ que foi alvo de buscas em novembro e afastado do cargo após o avanço das investigações. O relatório da PF aponta que as transferências confirmam a intermediação dos pagamentos ilícitos entre Andreson e Márcio.

A PF concluiu que houve um esquema de lavagem de dinheiro para operacionalizar as propinas destinadas ao servidor do STJ. Procurada, a defesa de Márcio Toledo Pinto informou que não iria se manifestar. A defesa de Andreson também não respondeu sobre os pagamentos, mas já alegou à Justiça que não há provas de que ele tivesse influência sobre decisões judiciais.

Jornalista Valdecir Chagas

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