O jovem Rafael Campos Barbosa Nakamura, de 23 anos, teve morte encefálica constatada na tarde desta segunda-feira (22), em um hospital de Cuiabá. Ele foi baleado na nuca pelo próprio pai, no dia 16 de julho em Juína (746 km de Cuiabá). Ele foi socorrido em estado gravíssimo, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos. Agora, o pai dele identificado pelas iniciais S.P.B., de 45 anos, responde por homicídio qualificado.
Inicialmente, o atirador afirmou que o disparo havia ocorrido de forma acidental. No entanto, diligências feitas pelas Delegacias da Polícia Civil de Colniza e de Cotriguaçu descartaram essa hipótese e concluíram que o tiro foi proposital.
Segundo a Polícia Civil, o pai do rapaz já tem um histórico de agressão contra a esposa e o filho. Depoimentos colhidos pelas autoridades apontam que o suspeito já havia dito, quando comprou a arma de fogo, que o primeiro em que ele atiraria seria o filho Rafael.
Os relatos apontaram ainda que ele agredia filhos e a esposa com fio de ventilador, queimaduras, choques e que chegou a quebrar um prato na cabeça de um dos filhos, quando este tinha apenas cinco anos de idade.
Com base nos novos elementos coletados, a Polícia Civil concluiu que o disparo ocorrido na semana passada não foi acidental, desconsiderando a versão apresentada inicialmente pelo investigado, que chegou a pedir a um filho, menor de idade, e à esposa para que depusessem a seu favor na delegacia.
Paralelamente à investigação do homicídio, a Delegacia de Cotriguaçu instaurou outro procedimento para apurar as agressões cometidas pelo investigado contra os membros da família e ele poderá responder também pelo crime de tortura.
S.P.B. se apresentou à unidade da Polícia Militar do Distrito de Nova União no dia do crime, entregou a arma e alegou que o disparo teria ocorrido acidentalmente, durante uma discussão com o filho. Na ocasião, ele foi detido em flagrante pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.
O delegado de Cotriguaçu, Lucas Pereira Santos, explicou que a prisão em flagrante do pai foi convertida em preventiva e ele segue detido na unidade prisional de Colniza. “Ele responderá pelos crimes de posse e porte ilegal de arma de fogo e agora pelo homicídio consumado”, pontuou.