O Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), grupo operacional permanente formado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e Polícia Judiciária Civil (PJC), ainda está apurando o envolvimento dos prefeitos de diversas cidades de Mato Grosso que teriam envolvimento no esquema apurado na Operação Gomorra, sobre fraudes em licitações. A suspeita é de que o grupo criminoso só teria conseguido faturar R$ 1,8 bilhão com a ajuda dos gestores.
A Operação Gomorra foi deflagrada nesta quinta-feira (7) e prendeu 6 pessoas da mesma família por fraudes em licitações na Prefeitura de Barão de Melgaço. Este mesmo grupo teria atuado em diversas outras cidades do estado, com suas empresas. As investigações revelaram que nos últimos 5 anos, os montantes pagos às empresas chegam à quantia de R$ 1,8 bilhão.
Na representação que fez à Justiça, pelas prisões e outras medidas, o Naco destacou que os suspeitos podem ter contado com o apoio de prefeitos.
“Os elementos de informação constantes no caderno investigativo estão a indicar, fortemente, que as sobreditas pessoas se associaram informalmente, cada uma no âmbito das suas atribuições, com o propósito de obter vantagem indevida e, para tanto, fraudaram procedimentos licitatórios com o apoio de Prefeitos Municipais do Estado de Mato Grosso”.
Nesta fase da operação, apenas os membros da família de Edézio Correa foram alvos. Com relação aos agentes públicos, o Naco ainda está juntando provas.
“Ao que parece, a trama criminosa tem obtido êxito em sua empreitada porque conta, ainda, com a participação dos chefes do Poder Executivo Municipal que, enquanto ordenadores de despesa, tem facilitado a prática delitiva do grupo. Nessa senda, (…) busca-se desmantelar não apenas o grupo criminoso como, também, angariar elementos de informações que demonstrem de maneira mais cabal a participação dos agentes públicos envolvidos”.
As investigações
Conforme o Naco, a partir dos cruzamentos dos dados de parentescos e quadros societários das empresas, foi possível estabelecer um diagrama de vínculos existentes entre as empresas Centro América Frotas Ltda, Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda, Pantanal Gestão e Tecnologia Ltda e Pontual Comércio Serviços Terceirizações Ltda.
As investigações revelaram ainda que nos últimos 5 anos, os montantes pagos às empresas chegam à quantia de R$ 1.8 bilhão, conforme a lista de contratos divulgada no Radar MT do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Durante a investigação, foram verificadas ainda movimentações financeiras entre as empresas envolvidas.
Segundo o Naco, as empresas investigadas atuam em diversos segmentos, sempre com foco em fraudar a licitação e disponibilizam desde o fornecimento de combustível, locação de veículos e máquinas, fornecimento de material de construção até produtos e serviços médico-hospitalares.