Lucas do Rio Verde - Agosto 25, 2025

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Paralização da Usina de Colíder vair gerar impacto financeiro para vários municípios do Nortão

Prefeitos de vários municípios da região, discutem com Eletrobras medidas de segurança na barragem da Usina Hidrelétrica de Colíder

Por: Portal JVC / Valdecir Chagas / Assessoria

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(Autor da imagem: Portal JVC)

Os últimos fatos políticos e econômicos não trazem boas perspectivas para o Estado de Mato Grosso, e com maior agravo para alguns municípios do Nortão. Como se não bastasse o “tarifaço”, do governo americano Trump, tachando em 50%  a exportação do agro, na semana passada a notícia do esvaziamento do reservatório da Usina Hidrelétrica de Colíder, com interrupção da produção de energia elétrica, pegou muita gente de surpresa.

A decisão drástica da eletrobrás, se baseia especialmente no fator de segurança da população. A equipe técnica, apontou falhas no sistema de drenagem do reservatório de água e mostrou a necessidade de reparos urgente. Isso vai gerar impacto financeiro para as prefeituras  de Colíder, Itauba e Nova Canaã do Norte, que são beneciadas com royalties e Imposto de Circulação de Mercadoriais (ICMS), gerado pela produção de energia que interligada ao Sistema Nacional.  Além do setor de turismo e pesca que certamente serão atingidos.

Os problemas nos drenos foram verificados logo após a construção do reservatório. Este ano, sem justificativa aparente, a Copel transferiu o controle acionário da Usina para a Eletrobrás, que logo em seguida emitiu nota elevando a classificação da Usina para a categoria de “Alerta”, ou sinal amarelo, para melhor entendimento.

Nível de água do reservatório será rebaixado em 17 metros; Eletrobras descarta rompimento da estrutura e anuncia estudos

O prefeito de Colíder, Rodrigo Benassi, e o vice-prefeito Lourenço Marani participaram nesta segunda-feira (18) de uma reunião na sede da Copel, em Colíder, com o diretor-presidente da Eletrobras e da Eletronorte, Antonio Pardauil. O tema do encontro foi a decisão da Eletrobras de colocar a Usina Hidrelétrica (UHE) Colíder em estado de alerta após problemas em quatro dos 70 drenos que compõem o sistema.

Também estiveram presentes os prefeitos Vinícius de Oliveira, de Nova Canaã do Norte, Toninho Tijolinho, de Itaúba, além do vice-prefeito de Cláudia, Fernando Leitão, o assessor especial da Vice-Governadoria, Celso Banazeski, e o deputado estadual Diego Guimarães.

O alerta é o terceiro nível mais grave em uma escala de quatro. A empresa também iniciou o rebaixamento do reservatório, em 17 metros no total, medida que deve durar 33 dias. De acordo com Antonio Pardauil, a decisão foi tomada por precaução. “Essa é uma ação de segurança. A barragem encontra-se estável conforme os monitoramentos contínuos. Atualmente temos uma grande equipe mobilizada em campo, incluindo técnicos ambientais e sociais, para acompanhar os impactos do rebaixamento”, afirma.

Pardauil destaca que a prioridade neste momento é a segurança. “A preocupação nossa número um é a questão da segurança. Isso que levou a gente a tomar essa atitude. O que é mais importante agora é ter essa parceria com a comunidade para superar esse momento”, diz.

Segundo a Eletrobras, a redução do nível do lago permitirá avaliações mais detalhadas da estrutura. A empresa informou que ainda não há definição sobre reforços futuros na barragem, que dependerão de estudos técnicos em andamento.

Rompimento descartado

Rodrigo Benassi informa que a reunião buscou esclarecer o cenário. “Nós viemos entender tudo que está acontecendo. Houve problema em quatro drenos em curto período, o que elevou a vazão de água acima do normal. Não é ruptura, é um vazamento acima do previsto. A usina decidiu não correr risco, optou por rebaixar o nível da água para garantir segurança”, garante.

O prefeito condena boatos alarmistas publicados nS redes sociais e reforça que não há risco de rompimento. “Deixando claro à população de Colíder, Nova Canaã do Norte, Itaúba e Cláudia que não há risco de rompimento da barragem. Isso é falado de maneira equivocada em redes sociais”, pontua

Impacto Econômico

Benassi também alerta para os impactos econômicos. “Haverá reflexos negativos em setores como turismo e pesca. Empresas de marinas e pousadas já sentem os efeitos. A Eletrobras informou que fará estudos para avaliar compensações”, acrescenta o gestor.

O prefeito de Itaúba, Toninho Tijolinho, também destaca a prioridade na segurança. “O impacto no rio é muito grande e as pessoas estão preocupadas. Mas não é para gerar medo. Não há risco de rompimento. É um alerta para evitar problemas futuros”, declara.

Já Vinícius de Oliveira, de Nova Canaã do Norte, cobrou apoio do Estado. “A preocupação é muito grande com os impactos. Já estive em Itaúba e senti o primeiro reflexo. Estamos cobrando da Eletrobras e também do governo estadual medidas de apoio aos municípios”, afirmou.

A Usina Hidrelétrica de Colíder

Localizada no rio Teles Pires, em Colíder, a UHE possui capacidade instalada de 300 MW, suficiente para atender ao consumo de uma cidade com 850 mil habitantes. O reservatório ocupa área de aproximadamente 143,5 km². A operação era feita pela Copel até maio de 2025, quando a Eletrobras assumiu a usina.

As obras começaram em 2011 e a primeira unidade entrou em operação em março de 2019. A operação e manutenção foi realizada pela Copel entre 2019 e maio de 2025 quando a usina foi adquirida pela Eletrobrás, hoje detentora do ativo.

Também participaram da reunião Ivan Monteiro, presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, vice-presidente de Regulação, Institucional e Mercado, Antonio Varejão, vice-presidente de Operações, Camil Gualda, vice-presidente de Sustentabilidade, e Bruno Eustaquio, diretor de Relações Institucionais.

Jornalista Valdecir Chagas

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