Lucas do Rio Verde - Novembro 23, 2025

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PC mostra alto conceito de segurança em Lucas do Rio Verde, após prisão de delegado e “cemitério clandestino”

Ao todos estão sendo cumpridas, 30 ordens judiciais, contra integrantes de uma facção criminosa com atuação em Lucas do Rio Verde e ligação direta a líderes do grupo criminoso refugiados em favelas do Rio de Janeiro

Por: Portal JVC / Valdecir Chagas com Folha Max

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(Autor da imagem: Divulgação)

Depois de um período turbulento envolvendo corrupção e assédio sexual do  ex-delegado de Lucas do Rio Verde, João Antônio e da descoberta de um cemitério clandestino na cidade, que servia para desova de cadáveres de uma facção criminosa, a Polícia Civil, mostra para a sociedade que quer virar essa página que “manchou” a segurança do Estado de Mato Grosso. A prisão do delegado ocorreu em fevereiro deste ano.

Depois de realizar um Curso de capacitação para Policias Civis em Operações de Alto Risco, foi desencadeada nesta quarta-feira (19), a operação “Ressona” para cumprimento de 30 ordens judiciais, contra integrantes de uma facção criminosa com atuação em Lucas do Rio Verde e ligação direta a líderes do grupo criminoso refugiados em favelas do Rio de Janeiro.

Na operação, são cumpridos 17 mandados de prisões, 13 buscas e apreensões,além de bloqueio de valores na casa de R$9,3 milhões e sequestro de bens móveis e imóveis, expedido pela 5ª Vara Criminal de Sinop.

As investigações que resultaram nas ordens judiciais foram conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e os mandados foram cumpridos  nas cidades de Lucas do Rio Verde e Guarantã do Norte.

As investigações iniciaram em novembro de 2024 com o fim de apurar uma célula da facção criminosa que atua em Lucas do Rio Verde e região.

Durante a apuração dos fatos, os policiais do GCCO identificaram intgrantes  da facção, dentre eles, o gerente do grupo criminoso em Lucas do Rio Verde, responsável pela logística, contabilidade e lavagem do dinheiro da organização, além de outros que atuavam como biqueiros e laranjas.

O investigado tinha vínculos diretos com líderes foragidos, supostamente escondidos  em Favelas do Rio de Janeiro (RJ), de onde seguiam emitindo ordens estratégicas, inclusive  relacionadas a recentes ataques a empresários, homicídios e atos de itimidação na região.

Ostentação

Nas investigações, ficou demonstrado que o gerente da facção em Lucas do Rio Verde ostentava um alto poder aquisitivo  com veículos, fazenda e casas de alto padrão, além de aparecer em fotográfias e vídeos, ostentando diversas armas e grande volume de valores em espécie. 

Em menos de quatro meses, foram identificados movimentações financeiras próximas a casa de R$2 milhões, com caracteristicas típicas de lavagem de dinheiro, realizada por meio de transações fragmentadas, repasses imediatos, uso de contas encerradas por fraude e destinatário com histórico criminal ligado ao tráfico e a organização criminosa.

O faccionado de Lucas do Rio Verde, também teria realizado viagens ao Rio de Janeiro, para adquirir armamentos pesados, como fuzis, que eram armazenados em uma chácara de sua propriedade em Sorriso, usada como paiol clandestino da facção.

Um dos líderes do Rio de Janeiro, apontado como padrinho do gerente da facção, possui nove mandados de prisão e, assim como o subordinado, ostenta armas e fuzis nas investigações.

Foi identificado ainda que os líderes do grupo criminoso mantinham comunicação ativa com seus subordinados, inclusive por vídeochamadas. A estrutura incluia entregadores, laranjas e operadores logísticos, todos com funções bem definidas.

Segundo o delegado responsável pelas investigações, Antenor Pimentel, a operação representa um duro golpe para a facção criminosa, por meio do rompimento da influência e corte do elo entre as lideranças  foragidas no Estado do Rio de Janeiro e o crime em Mato Grosso. “A expectativa é que os desdobramentos da operação levem à desarticulação completa da célula da facção criminosa em Lucas do Rio Verde e a responsabilização dos líderes refugiados no Rio de Janeiro”, disse o delegado.

O nome da operação reflete o eco das ordens de foragidos matogrossenses refugiados no Rio de Janeiro, que seguem influenciando a criminalidade local.

O cumprimento das ordens conta com apoio de equipes da Delegacia Regional de Nova Mutum, Delegacia Regional de Guarantã do Norte, da Coordenadoreia de Operações e Recursos Especiais (Core) e da Coordenadoria de enfrentamento ao Crime Organizado (Cecor), da Polícia Civil de Mato Grosso.

O trabalho integra as ações  de planejamento estratégico da Polícia Civil de Mato Grosso no combate as facções, por meio da operação Inter  Partes, dentro do Programa Tolerância Zero, contra as facções criminosas do Governo do Estado.

A iniciativa também faz parte da operação Renorcrim, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Diretoria de  Inteligência e Operações Integradas (DIOPI), da Secretaria Nacional de Segurança Pública(Senasp).

 

Jornalista Valdecir Chagas

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