A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), trouxe um crescimento no percentual de famílias endividadas e em situação de inadimplência na capital em fevereiro.
O índice de famílias com contas a vencer atingiu 87,1%, aumento de 0,7 ponto percentual sobre o mês anterior.
Também se observou uma elevação mensal de 0,5 p.p no índice de famílias com contas em atraso (21,9%) e de 0,1 p.p para as que afirmaram não ter condições de pagá-las (5,6%).
Em números absolutos, houve um crescimento de quase duas mil famílias endividadas em um mês.
Do total de 179,3 mil famílias nessa condição na capital atualmente, 42% se encontravam um pouco endividadas, 35,6% mais o menos endividadas e 9,5% muito endividadas.
Além disso, há um aumento de mil famílias com dívidas em atraso, passado de 44,1 mil em janeiro para 45,1 mil no mês seguinte.
Conforme análise do Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT), apesar do aumento na pesquisa geral no mês de fevereiro, a inadimplência se mostra menor no longo prazo e aponta para um consumo favorecido na capital, o que é importante para o aquecimento econômico local.
É o que destaca a avaliação anual da pesquisa, onde o índice de endividados, atualmente, é maior que os 82% registrados em fevereiro de 2023. Além de o percentual de inadimplentes cair de 26,4% (53,8 mil) para os atuais 21,9% (45,1 mil).
O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, explica a tendência de aumento na inadimplência neste período do ano.
“Tal condição pode ter relação com o aumento de gastos das famílias que incidem sob produtos e serviços substanciais, que costumam no início do ano. Por esta razão, é comum haver uma diminuição no consumo e incidir sobre o aumento da inadimplência”, disse.
Com relação aos principais tipos de dívidas, 79% dos entrevistados em Cuiabá alegam ser com o cartão de crédito, seguido dos carnês e boletos, correspondendo a 22,9% dos respondentes.
Outro dado divulgado na pesquisa é que 30,9% afirmaram que passam de 3 a 6 meses comprometidos com esses tipos de dívidas, os que estão por mais de 1 ano somam 28,2%.
Além disso, o levantamento revela que 74,9% das famílias endividadas têm a renda comprometida entre 11% e 50%, seguido de 14,0%, que tem até 10% de sua renda comprometida com dívidas.
Em nível Brasil, 77,9% das famílias estão endividadas, enquanto 28,1% possuem dívidas em atraso e ambas as verificações estão menores agora que no mês anterior, assim como na comparação anual.
“Apesar de o percentual das famílias com dívidas ser menor na avaliação nacional, o índice de inadimplência se mostra menor em Cuiabá.”, conclui o presidente Wenceslau Júnior.