Um grande número de policiais da Polícia Civil, Politec, PM, Bombeiros Militares, Guarda Minicipal e Polícia Penal atuam na área de mata, com objetivo de retirar os 14 corpos que foram enterrados por uma facção criminosa em uma área de mata nas proximidades do Bairro Tessele Junior em Lucas do Rio Verde.
Os primeiros corpos começaram a ser retirados por volta das 15:30 hs e colocados em lonas e levados para debaixo de barracas instaladas dentro de um campo de futebol sete que fica próximo a área de mata. Uma fita de isolamento foi colocada para manter a imprensa e curiosos à distância do local.
Muitas famílias que tiveram filhos desaparecidos nos últimos meses no município, compareceram ao local para saber informações sobre identificação das vítimas. Mas com o estado de decomposição dos corpos, não será possível identificá-los neste momento.
A Politec terá muito trabalho pela frente com exames para identificação dos corpos. Certamente vai convocar as famílias com filhos desaparecimos para fazer comparação, através de exames de DNA.
A estimativa é de que só em Lucas do Rio Verde mais de 30 pessoas estão desaparecidas nos últimos anos. A descoberta do Cemitério clandestino em Lucas do Rio Verde, causou repercussão na mídia nacional e deverá ser destaques no notíciário de várias emissoras, sites e rádios do país.
Cemitério Clandestino da Facção
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que pessoas que estão desparecidas em municípios próximos a Lucas do Rio Verde também estejam enterradas no cemitério clandestino encontrado na manhã desta sexta-feira (10), em local de mata na cidade. O delegado que preside as investigações, João Antônio Batista Ribeiro Torres, ainda acrescentou que pessoas desaparecidas neste ano também foram enterradas ali, além das vítimas de 2024. Até agora, 14 corpos já foram reconhecidos no local, fruto da ação de fações criminosas que faziam do espaço seu ‘tribunal do crime’, segundo a polícia.
Conforme o delegado, a Polícia Civil em Diamantino e Tapurah, já teria contactado as equipes de Lucas para falar sobre investigações de desaparecidos.
“Ainda é cedo, prematuro para dizer, mas temos contatos com delegacia de Diamantino e Tapurah, que eles alertam a gente que possa ter algum indivíduo que tá lá como desaparecido e o corpo está aqui. Não é porque o desaparecimento aconteceu em alguma localidade que não vai encontrar o corpo em outro. Então, a gente trabalha com essa possibilidade aí, de existirem indivíduos de outras localidades que foram executados aqui em Lucas”, relatou.
Os casos de desaparecimentos ao longo de 2024 chamaram atenção da polícia para o início das investigações, como explicou o delegado Allan Vitor Sousa da Mata, presente no local. Ele confirmou o reconhecimento de 14 vítimas, mas disse que o número pode ser maior.
“São 14 corpos e ainda pode ter mais. O trabalho ainda tá sendo realizado e vai se estender até a gente esgotar. Resultado de diversas diligências ocorridas durante o ano de 2024. Diante dos registros de desaparecimentos, homicídios e sequestros, e nós não conseguíamos localizar os corpos, nós passamos aí, todas as vezes que recebia uma informação, procurar o local até para dar uma resposta à família, à sociedade e realizar as investigações”, informou.