Uma escola que foi a virada da chave na educação de Lucas do Rio Verde foi tombada como Patrimônio Histórico na manhã desta quinta-feira (04). O prédio da Escola Municipal Olavo Bilac, fundada nos anos 2000, foi um marco em estrutura física no setor do ensino da cidade, que além de trazer um novo conceito de ambiente escolar, serviu de referência para o estado do Mato Grosso.
A cerimônia de tombamento contou com a presença do vice-governador, Otaviano Pivetta, do prefeito, Miguel Vaz, diversas autoridades, dos alunos, convidados e servidores municipais.
“A Escola Olavo Bilac tem um significado histórico muito importante para o município. Foi aqui que aconteceu a virada de chave, pela construção da Escola Olavo Bilac, de construir escolas atrativas, escolas com bom ambiente. Então, o Município acabou sendo referência na educação, na construção de modelos de escola como ela, que acabou inspirando até o Governo do Estado em construir escolas diferentes. Ela é um marco histórico do município, por isso a importância de fazer o tombamento histórico-cultural dessa escola aqui para preservar essa história”, ressaltou o prefeito, Miguel Vaz.
Assim como o tombamento histórico da Casa de Pedra, realizado no último sábado (29), o ato na Olavo Bilac representa um compromisso com a preservação do passado de muitos luverdenses, e a garantia de uma história para as gerações futuras. O objetivo é preservar, por intermédio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.
Para o vice-governador Otaviano Pivetta, retornar à escola 25 anos depois, é um motivo de muita alegria e recordações. A obra foi realizada na gestão dele como prefeito, e ficou marcada na vida de muitos luverdenses.
“Olha, acho que não pode ter nada melhor para um homem público, seja ele quem for, do que voltar à sua base, 25 anos depois, e ver essa cena que eu vi aqui. Mais de mil alunos desfrutam dessa escola, desse centro educacional que tem piscina desde então. Há 25 anos nós fizemos piscina semiolímpica, piscina infantil, quadra de esporte, alimentação de qualidade, e essa escola já produziu muito capital social. Graças a essa estrutura e aos professores e professoras que se sentiram motivados também e no passar dos anos continuam com o entusiasmo. Eu estou muito feliz! Nada mais importante que um homem público possa deixar como legado do que capital social”, relatou o vice-governador, Otaviano Pivetta.
O tombamento da Escola Olavo Bilac é uma forma de reconhecer e preservar a contribuição significativa da instituição para a educação local e nacional. “Para nós da educação, os servidores da educação, é um momento também de reconhecer e honrar toda uma história que foi construída através dessa escola desde a sua colonização. A Escola Olavo Bilac é o início de um novo ciclo educacional que o município precisou implantar devido ao percurso das atualizações da época, e ela mostra para nós, que uma escola pública pode ser bonita, grande, além de todo olhar pedagógico que é dado com muito respeito dentro dela”, explicou a secretária de Educação, Elaine Lovatel.
A unidade escolar iniciou as atividades atendendo 684 alunos, ampliado nos anos subsequentes a demanda de atendimento. Atualmente, a escola atende 1.006 estudantes, de 6º ao 9º ano, nos turnos matutino e vespertino.
“É um misto de emoção, de responsabilidade que a gente tem diante desse cenário, que Lucas do Rio Verde se transforma a cada momento, cresce vertiginosamente. E esse olhar para a cultura, para a história, para a memória, não são todos os municípios que possuem. Mais uma vez Lucas vem na vanguarda, vem à frente, pensando em cada bem, pensando nessa proteção do material para que, historicamente, ele realmente seja valioso. Tudo que representou no momento em que foi construído, qual foi a sua proposta de obra, tudo isso é analisado na hora dessa proposição, e eu tenho certeza que as gerações futuras vão se orgulhar muito”, contou a secretária de Cultura e Turismo, Luciana Bauer, que também foi gestora da escola de 2012 a 2017.
Na ocasião, foram realizadas homenagens aos 10 gestores escolares que estiveram à frente da direção da escola, desde a sua inauguração em 2000, além da entrega especial da ave símbolo do município para Neivo Basso e Paulo Roberto De David, ambos responsáveis pelo projeto e construção desta unidade escolar, e para dona Edinete Maria, servidora pública mais velha da instituição, desde a inauguração em 2000.
“No início eu não entendia o que era tombamento. Mas agora eu vi que valoriza a escola, a dependência, os alunos, tudinho. Para mim é uma satisfação muito grande ser escolhida para receber essa homenagem em nome da escola”, agradeceu Edinete.
SOBRE O TOMBAMENTO
O tombamento é o instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio cultural mais conhecido, e pode ser feito pela administração federal, estadual e municipal. Em âmbito federal, o tombamento foi instituído pelo Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, o primeiro instrumento legal de proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro e o primeiro das Américas, e cujos preceitos fundamentais se mantêm atuais e em uso até os nossos dias.
De acordo com o Decreto, o Patrimônio Cultural é definido como um conjunto de bens móveis e imóveis existentes no País e cuja conservação é de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. São também sujeitos a tombamento os monumentos naturais, sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou criados pela indústria humana.
A palavra tombo, significando registro, começou a ser empregada pelo Arquivo Nacional Português, fundado por D. Fernando, em 1375, e originalmente instalado em uma das torres da muralha que protegia a cidade de Lisboa. Com o passar do tempo, o local passou a ser chamado de Torre do Tombo. Ali eram guardados os livros de registros especiais ou livros do tombo. No Brasil, como uma deferência, o Decreto-Lei adotou tais expressões para que todo o bem material passível de acautelamento, por meio do ato administrativo do tombamento, seja inscrito no Livro do Tombo correspondente.