O procurador de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Domingos Savio de Barros Arruda, avalia que as facções criminosas não são mais organizadas que o Estado. Ele destacou que as instituições governamentais são muito mais bem aparelhadas e que também estão avançando para inibir a criminalidade.
Casos de assistencialismo por parte de organizações criminosas, como oferta de cestas básicas, e mortes após julgamentos por tribunais do crime, têm ganhado mais visibilidade. O procurador Domingos Sávio, no entanto, não vê que o Estado está perdendo seu alcance em comparação a estas organizações. Ao ser questionado se as facções criminosas são mais organizadas que as instituições do Estado, o procurador afirmou que não.
“Nunca. Se você for hoje nas delegacias de polícia, são extremamente equipadas (…). A própria legislação, as leis também estão a cada dia mais avançando, se aprimorando para fazer frente ao crime organizado (…). Por mais que eles se organizem, o Estado também está muito bem aparelhado, em termos de estrutura e também de preparo dos agentes”, afirmou.
Em entrevista ao programa Tribuna, da Rádio Vila Real FM (98.3), na manhã de terça-feira (19), o representante do MPMT destacou que, antigamente, os meios que o Estado tinha para combater a criminalidade eram mais precários.
“Antigamente os meios de prova eram confissão e testemunha, hoje em dia você tem escuta telefônica, quebra de sigilo bancário, colaboração premiada, escuta ambiental, você tem uma série de meios… sem contar a perícia científica, hoje em dia as investigações estão muito mais avançadas e as pessoas também estão mais preparadas”.
Domingos Sávio disse que o Ministério Público, assim como outros órgãos, também estão atentos às tentativas das organizações criminosas de se infiltrar nas instituições. Ele pontuou que, apesar do crescimento delas, os órgãos do Estado também estão em constante avanço.
“A gente não pode dar espaço para estes discursos de que eles são mais organizados que nós, não são, te garanto que não são. (…) Eles crescem? Crescem, mas nós os reprimimos, mas nós também crescemos, também nos estruturamos”.