Lucas do Rio Verde - Abril 23, 2025

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TJ manda soltar ex-secretário de Cuiabá preso acusado de envolvimento em esquema de desvio de dinheiro em Sinop

Célio Rodrigues da Silva, preso acusado de envolvimento em um esquema na Saúde de Sinop, que teria sido “exportado” para a Capital

Por: Portal JVC / Gazeta Digital

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Celio-Silva-JVC
(Autor da imagem: Portal JVC)

Desembargador Luiz Ferreira Da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), revogou a prisão preventiva do ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, preso acusado de envolvimento em um esquema na Saúde de Sinop, que teria sido “exportado” para a Capital. O magistrado considerou que o suspeito de ser o líder do grupo criminoso, Hugo Florêncio de Castilho, já foi solto pela Justiça e o benefício deve ser estendido a Célio.

A defesa do ex-secretário argumentou que há falta de provas em relação a Célio, que “colaboração premiada não é prova absoluta”, e também que a Justiça estadual não tem competência para decidir sobre este caso, já que trata do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além disso, pontuou que os fatos investigados ocorreram há 8 meses e que já foram cumpridas buscas e apreensões no endereço de Célio, além de bloqueio de bens, sendo que sua soltura não oferece risco às investigações.

Ao analisar o caso o desembargador entendeu que a prisão de Célio é desproporcional, devendo ser estendidos a ele a concessão de liberdade provisória que beneficiou Hugo de Castilho.

“A custódia cautelar do paciente Célio Rodrigues foi decretada na mesma ocasião ao do coinvestigado Hugo Florêncio e mediante idênticos fundamentos. Ademais, não se extrai da decisão liminar que revogou a prisão preventiva do Hugo Florêncio de Castilho nenhum elemento de caráter estritamente pessoal […] ele foi apontado como líder e maior beneficiário do esquema criminoso, não havendo qualquer razão de ordem processual para que os demais investigados com igual ou menor participação […] sejam tratados com maior rigor”.

No entanto, o desembargador afirmou que não há incompetência do juízo. Ele revogou a prisão de Célio, mas impôs algumas medidas cautelares como proibição de manter contato com outros suspeitos ou testemunhas, proibição de comparecer às dependências da Saúde de Sinop e uso de tornozeleira eletrônica, entre outras.

A operação

Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) apontou que há, desde junho de 2022, uma organização criminosa instalada e atuante na saúde de Sinop.

A organização é bem estruturada, com clara hierarquia, divisão de tarefas entre os componentes e com “sofisticado esquema de atuação em conexão com o Poder Público Municipal”, aponta a Deccor.

O esquema consiste em fraudar as prestações dos serviços de saúde da cidade para ter lucro e realizar os repasses para os líderes do esquema. A organização social tem sido ajustada para continuar na prestação do serviço, sendo alterada várias vezes em sua composição, no mesmo período que disputava a dispensa de licitação para assumir as atividades entre maio e junho de 2022.

Célio aparece nos depoimentos de Luiz Vagner Silveira Golembiousk, empresário que delatou o esquema, quando conta como o mesmo “modelo de atuação” que era praticado pela organização criminosa na cidade do norte do Estado foi “exportado” para a Secretaria de Saúde de Cuiabá.

Mesmo afastado da Secretaria de Saúde, Célio ainda teria influência na pasta, inclusive dando ordens ao então secretário Guilherme Salomão.

Jornalista Valdecir Chagas

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