O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), reforçou que impedirá qualquer eventual aliança do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e seu partido nas eleições de 2026, para evitar que a sigla venha contra golpear o PL nas eleições de 2028, próxima eleição municipal, destacando o histórico de rivalidade entre os dois partidos.
Em entrevista à imprensa, o prefeito garantiu que não é interessante para os liberais um vínculo com o grupo emedebista em Mato Grosso, argumentando que isso poderia fortalecer o partido para futuras eleições. Brunini teme que o MDB use essa aliança para lançar candidatos fortes contra o PL em 2028, repetindo o quadro do ano passado quando o partido lançou Kalil Baracat contra Flávia Moretti (PL) em Várzea Grande, Thiago Silva (MDB) contra Cláudio Ferreira (PL) em Rondonópolis e apoio Eduardo Botelho (União) contra ele na capital.
“Se a gente ceder nesse momento, ao MDB uma parceria, auxiliando esse partido a reconquistar espaços em 2026, se prepare para 2028. O MDB vai colocar de novo o Thiago Silva contra o Cláudio Ferreira, o Kalil contra Flávia e junto a outros aliados lançarão contra nós”, disse o prefeito.
Abilio garante que não vai sair do PL, mas que irá se posicionar contra qualquer decisão pró-MDB e anunciou que já move outros prefeitos para que também rejeitem a proposta.
“Não saio do partido, mas vou discordar e posicionarei contra. Nós não vamos aceitar, estou falando com demais prefeitos. Nós não vamos aceitar qualquer imposição. O Ananias Filho [presidente estadual do PL] está com a gente nesse projeto, ele entende muito bem a representatividade. Decisões políticas que envolvam futuro do país, não podem vir de cima a baixo, de ‘goela’ a baixo, ouçam as bases do partido. A população brasileira não quer mais a continuação desses acordos, para manter sistema no poder”, conclui.
Reforçando sua posição, Abilio chegou a pôr em cheque seu apoio a candidatura do senador Wellington Fagundes (PL), possível candidato a governo pelo campo liberal, garantindo que se ele tentar promover a aliança, não apoiará politicamente o projeto ao Executivo Estadual.
“Digo ao senador Wellington Fagundes e a qualquer outro. Se esse for o projeto, não vamos estar nele. Não vamos subsidiar pintura de verde e amarelo com o MDB. Na última eleição, não juntamos por meio de aliança.”, garante.
Por fim, Abilio pontua que mesmo com aliança entre os dois partidos em outros estados, o contexto ideológico de Mato Grosso impede qualquer união.
“Há casos e casos, em São Paulo, houve uma aliança para a eleição municipal. Em Mato Grosso, digo quanto a nossa realidade, lá foi uma particularidade, queriam eleger o Nunes porque entendiam que era o melhor caminho. Não é retrato de Mato Grosso”, conclui.
Reciprocidade e afinidade
Na política tudo pode acontecer até o PL se aliar com o PT. Dois extremos distintos da política nos últimos anos no Brasil. Mas uma coisa é certa, a lei da reciprocidade funciona muito forte nos bastidores. A exemplo do prefeito Abílio, ele foi muito bem ancorado pelo atual governador Mauro Mendes e pelo Vice-governador Otaviano Pivetta, que deram suporte para ele vencer a dificil disputa das eleições municipaiis na capital, contra o canidato Lúdio Cabral do PT.
Isso pode ter certeza que, ao falar de sucessão ao governo de Mato Grosso em 2026, vai sopezar muito. E o Abílio está coberto de razão, ele precisa do apoio do Estado para viabilizar recursos para “salvar”, o descalabro deixado pela desatrosa gestão Emanuel Pinheiro do MDB). O grupo político na capital, continua sendo adversário ferrenho de sua gestão. Aí vem a pergunta que não quer calar. A política é uma ciência do “vale tudo prá ganhar”, maqs como ele (Abílio), se comportaria ao lado do ex-prefeito Emanuel Pinheiro no mesmo palanque ?